Por: Por Celso Bicudo Jr.
Com os corações valentes e uma bandeira na mão hasteada...
Sem titubear abraçamos grandes causas...
Acreditamos que é possível...
Unimos-nos em torno do que chamamos de “O ideal”...
Criamos grandes correntes de pensamento...
Propiciamos grandes e calorosos discursos...
Crucificamos a mentira e esbravejamos a verdade pelas silenciosas ruas da hipocrisia...
Calamos a voz dos dominadores e criamos a voz do povo personalizada...
Solucionamos todos os problemas, criamos culpados e isentamos a nós mesmo de nossa culpa...
Eis que surge o dia...
Sem a luz que curaria o velho jogo da Democracia...
Avolumados são os bolsos do povo, articulações noturnas...
Fascista na esquina há cometer as escabrosidades do carreiro eleitoral...
Transformar tudo que era aspiração mesmo que forjada em produto de mercearia...
Tapinhas nas costas, falsas promissórias, cédulas frescas...
Um botão, uma máquina frente á frente com o cidadão castigado pela própria nobreza...
Acostumado a ser lombo á chicote, no aperto de viver, aperta o que lhe convém...
Eis que surge o resultado:
Acabou vencemos!
Acabou perdemos!
Resumindo a festa da democracia, é isso...
Eis que surge o Poder:
E com ele aparecem os interesses efetivos daqueles que ainda se mostram fiéis guerreiros a mando do senhor...
O dinheiro certo aguardado após uma busca pelo tesouro...
A oportunidade imperdível de ser alguém, um alguém público...
É hora de retribuir o carinho...
De dar a César o que não é de césar...
De romper as aspirações fajutas construídas oportunamente para se unir o gado e ensiná-lo a escutar, apenas um berrante...
De abaixar à cabeça e seguir a onda, sem questionar, sem aprofundar a análise...
Aquele espírito crítico, combativo, construtivo, analítico e político não é mais oportuno...
Mandou-se para os porões, toda aquela transparência e seriedade, que fez do produto o mais vendido...
Não há verdade que a conveniência não mude...
E não há tempo que acabe com a minha esperança, afinal ela é a última que morre...
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