Por: Emilene Fontes de Oliveira, mulher, filha, mãe, esposa, professora Fonte: Foto do Álbum de família
Professores
Emilene Fontes de Oliveira, mulher, filha, mãe, esposa, professora. Desde que me entendi por gente já sabia que ia ser uma professora. Era algo quase que hereditário, considerando que vinha de uma família de educadoras.
Desculpe se parece egocêntrico ou narcisista falar um pouco de si mesma, mas não será por acaso. Iniciei descrevendo um pouco de mim porque eu sei o quanto a educação transformou minha vida e isso é algo que me enche de orgulho.
Às vezes fico imaginando o que poderia ser se não fosse professora. Até hoje não tenho resposta.
Ser professora é para mim ter a oportunidade de transformar vidas e prepará-las para mudar o mundo. É oferecer esperança quando parecer não ter mais saída. Acredito que a educação ainda consegue apontar novos caminhos.
Nós, professores e professoras todos os dias mergulhamos no complexo desafio de humanizar crianças, adolescentes, jovens e adultos a partir da construção do conhecimento. Os tempos mudam, mas não mudou o papel da escola. A escola é o grande laboratório onde se geram a socialização e convivência interpessoal, bem como a construção do conhecimento, a partir das idéias e iniciativas inerentes à criatividade humana.
O que nos entristece é que tanto cuidamos da vida, dos sonhos e dos problemas dos outros, mas nem sempre somos bem cuidados. Queríamos, sim, reconhecimento por nosso maior feito: preservar a importância da educação e da escola para o nosso país, para o mundo.
Muitos falam de educação, mas não são professores. Arriscam palpites sobre melhorias na educação, mas não perguntam sobre o que a gente tem a dizer. Não se importam com nossos baixos salários, muito menos com nossas dificuldades de lidar com as múltiplas dimensões e necessidades presentes nos nossos alunos. Nestes últimos quesitos, lutamos solitários. Embora não tenha mudado o papel da escola e da educação, mudaram as exigências para que possamos construir uma boa aprendizagem.
O professor, neste contexto, está fragilizado, exposto e pressionado por resultados e expectativas que não dependem somente de sua atuação. Mas professores e professoras resistem bravamente. Sabem que a dureza dos desafios cotidianos supera-se na disposição de lutar por melhores dias na educação, mas também na sua disposição de amar e sentir compaixão. Como escreveu Paulo Freire, “não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. Nossos dias se chamam “muito trabalho”. Nosso alento, “esperança de dias melhores”.
Essa esperança não vem naquilo que a gente diz, mas naquilo que a gente faz.
Aos mestres com carinho!!!
Profª Ms. Emilene Fontes de Oliveira
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